Quarta-feira da Oitava da Páscoa

Hoje é dia quatro de abril, quarta-feira da Oitava da Páscoa.

Com que palavras exprimiremos
o mistério transbordante e paradoxal
da Ressurreição do Senhor?
Concentra a tua atenção nos símbolos
que a liturgia cristã encontrou ao longo dos séculos:
a luz, que brilha na total escuridão,
a água, que da morte traduz a vida nova,
o pão, que reúne e alimenta os discípulos.
Permite que as palavras e os símbolos
do Tempo Pascal que vivemos
conduzam a tua oração e a tua imaginação.

 

Escuta esta passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos. [At 3, 1-10]

Pedro e João subiam ao templo
para a oração das três horas da tarde.
Trouxeram então um homem, coxo de nascença,
que colocavam todos os dias à porta do templo, chamada Porta Formosa,
para pedir esmola aos que entravam.
Ao ver Pedro e João, que iam a entrar no templo,
pediu-lhes esmola.
Pedro, juntamente com João,
olhou fixamente para ele e disse-lhe:
«Olha para nós».
O coxo olhava atentamente para Pedro e João,
esperando receber deles alguma coisa.
Pedro disse-lhe:
«Não tenho ouro nem prata,
mas dou-te o que tenho:
em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda».
E, tomando-lhe a mão direita, levantou-o.
Nesse instante fortaleceram-se-lhe os pés e os tornozelos,
levantou-se de um salto, pôs-se de pé e começou a andar;
depois entrou com eles no templo,
caminhando, saltando e louvando a Deus.
Toda a gente o viu caminhar e louvar a Deus
e, sabendo que era aquele que costumava estar sentado,
a mendigar, à Porta Formosa do templo,
ficaram cheios de admiração e assombro pelo que lhe tinha acontecido. 

 

Como diz o Papa Francisco, não bastam as palavras, é preciso obras: estender a mão, dar o pão. Não é o dinheiro que fará o coxo andar de cabeça levantada. É a certeza de que Deus o ama e, através da Igreja, o segura, o confirma e faz entrar no templo!
Como olhas para os mendigos?

”Levanta-te e anda” é um chamamento e uma graça sempre na boca de Jesus. E o grande milagre é por dentro: animar, olhar o outro nos olhos, ajudá-lo a encontrar a alegria e o sentido da vida! Não é esse o papel de Pedro, de João, da Igreja e o teu? 

Ouvindo de novo o texto, pensa naqueles que conheces (ou não) e andam abatidos, deprimidos, cansados, excluídos, perdidos... à procura da felicidade onde ela não está! 

Termina a tua oração agradecendo a fé que recebeste e os dons da vida e da amizade. E pensa: com quem podes partilhar a tua alegria? 

 

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.