Sexta-feira da quinta semana da Quaresma

Hoje é dia vinte e três de março, sexta-feira da quinta semana da Quaresma.

Aproximamo-nos das celebrações da Páscoa
e da Semana Maior do tempo cristão.
Abre-te ao respiro da Páscoa e do riso do Senhor,
do dom das mãos e da escuta dos sons da vida,
da partilha da alegria e da frugalidade dos bens,
da misericórdia, da justiça e da paz.
E que a oração seja, para ti, 
a escola da arte da confiança e da esperança.

 

Escuta esta passagem do Evangelho segundo São João. [Ev Jo 10, 31-42] 

Os judeus agarraram em pedras para apedrejar Jesus.
Então Jesus disse-lhes:
«Apresentei-vos muitas boas obras, da parte de meu Pai.
Por qual dessas obras Me quereis apedrejar?»
Responderam os judeus:
«Não é por qualquer boa obra que Te queremos apedrejar:
é por blasfémia,
porque Tu, sendo homem, Te fazes Deus».
Disse-lhes Jesus:
«Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’?
Se a Lei chama ‘deuses’ a quem a palavra de Deus se dirigia
– e a Escritura não pode abolir-se –,
de Mim, que o Pai consagrou e enviou ao mundo,
vós dizeis: ‘Estás a blasfemar’,
por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’!»
Se não faço as obras de meu Pai,
não acrediteis.
Mas se as faço,
embora não acrediteis em Mim,
acreditai nas minhas obras,
para reconhecerdes e saberdes
que o Pai está em Mim e Eu estou no Pai».
De novo procuraram prendê-Lo,
mas Ele escapou-Se das suas mãos.
Jesus retirou-Se novamente para além do Jordão,
para o local onde anteriormente João tinha estado a batizar
e lá permaneceu.
Muitos foram ter com Ele e diziam:
«É certo que João não fez nenhum milagre,
mas tudo o que disse deste homem era verdade».
E muitos ali acreditaram em Jesus. 

 

Quando nos fechamos em trincheiras nenhum diálogo é possível. Nenhuma boa obra podia salvar Jesus do preconceito, porque muito antes de O tentarem compreender já os seus interlocutores O tinham condenado. 
Que proveito podes tirar deste episódio para o modo como te relacionas com os outros, em especial com aqueles de quem discordas? 

Jesus escapou-Se das suas mãos, retirou-Se da sua presença. 
O Senhor não Se deixa enredar em intermináveis conversas sem saída: propõe o seu caminho aos que livremente desejam encontrá-Lo. 

Ouve com atenção o Evangelho de João e repara como Jesus é claro ao denunciar a cegueira obstinada dos homens que O queriam apedrejar. 

Termina a oração pedindo a graça do seguimento comprometido de Jesus. 

 

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.