Missão é uma «imensa obra de misericórdia»

O Papa convida os cristãos a olhar «a missão ad gentes como uma grande, imensa obra de misericórdia quer espiritual quer material» e pede-lhes que exerçam «o serviço materno da misericórdia» ajudando «os povos que ainda não conhecem o Senhor a encontrá-Lo e a amá-Lo».

Na Mensagem para o Dia Mundial das Missões, que se assinala domingo, 23 de outubro, Francisco explica que «é ao ventre materno que alude o termo utilizado na Bíblia hebraica para dizer misericórdia: trata-se, pois, do amor de uma mãe pelos filhos; filhos que ela amará sempre, em todas as circunstâncias, suceda o que suceder, porque são fruto do seu ventre».

Para o Santo Padre, «este é um aspeto essencial também do amor que Deus nutre por todos os seus filhos, especialmente pelos membros do povo que gerou e deseja criar e educar: perante as suas fragilidades e infidelidades, o seu íntimo comove-se e estremece de compaixão».

Francisco assinala que neste Dia Mundial das Missões, «todos somos convidados a “sair”, como discípulos missionários, pondo cada um a render os seus talentos, a sua criatividade, a sua sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus à família humana inteira».

O Papa lembra que o «mandato missionário» da Igreja é para ser cumprido junto de todos os que «não conhecem o Evangelho» para que todos possam «experimentar o amor do Senhor».

O Santo Padre enaltece, em particular, o trabalho desenvolvido pelas mulheres, leigas ou consagradas, e de numerosas famílias «que realizam a sua vocação missionária nas mais variadas formas: desde o anúncio direto do Evangelho ao serviço sociocaritativo».

«Ao lado da obra evangelizadora e sacramental dos missionários, aparecem as mulheres e as famílias que entendem, de forma muitas vezes mais adequada, os problemas das pessoas e sabem enfrentá-los de modo oportuno e por vezes inédito: cuidando da vida, com uma acrescida atenção centrada mais nas pessoas do que nas estruturas e fazendo valer todos os recursos humanos e espirituais para construir harmonia, relacionamento, paz, solidariedade, diálogo, cooperação e fraternidade, tanto no setor das relações interpessoais como na área mais ampla da vida social e cultural e, de modo particular, no cuidado dos pobres», reconhece o pontífice.

Francisco fala ainda da importância e da necessidade «do testemunho do amor de misericórdia» no contexto das «injustiças, guerras, crises humanitárias» que aguardam, hoje, por uma solução. «Os missionários sabem, por experiência, que o Evangelho do perdão e da misericórdia pode levar alegria e reconciliação, justiça e paz», conclui.