Com o agravamento da guerra na Síria, o Papa voltou a pedir ao mundo que ajude o povo deste país. No final da audiência geral desta quarta-feira, 28 de setembro, Francisco apelou a um compromisso sério na proteção dos civis.
«Meu pensamento vai novamente para a amada e martirizada Síria. Continuam a chegar notícias dramáticas sobre a condição da população de Alepo, à qual me sinto unido no sofrimento através da oração e da proximidade espiritual», afirmou o Sumo Pontífice da Igreja Católica.
O Santo Padre expressou a sua «profunda dor e preocupação com o que está a acontecer nesta sofrida cidade – onde morrem crianças, idosos, doentes e jovens» e renovou «a todos um apelo para que se comprometam, com todas as forças, na proteção dos civis, um dever imperativo e urgente».
«Apelo à consciência dos responsáveis pelos bombardeamentos, que deverão prestar contas disso diante de Deus», disse ainda Francisco.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que morrem todos os dias dezenas de pessoas devido aos ataques em Alepo, uma das maiores cidades da Síria, onde a vida está a tornar-se completamente insuportável para as cerca de 250 mil pessoas que ainda lá vivem. Não há quase nada para comer, não há água potável e não há meios nem condições para tratar os doentes.
Depois de anunciada uma ofensiva terrestre, teme-se que as forças do regime de Bashar Al Assad, os rebeldes e as milícias travem uma batalha por Alepo que pode ser «uma luta lenta, triturante, rua a rua, durante meses, se não anos», como afirmou o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.
Um responsável diplomático descreveu as armas usadas como «um passo antes de armas nucleares».
Assad quer controlar Alepo, que foi a maior cidade da Síria e que é a única grande cidade que lhe escapa. Mas para o conseguir vai ter de levar a situação a um extremo. «Uma atrocidade que poderá ficar na História», declarou um diplomata, sob anonimato, citado pelo Independent. O líder da NATO, Jens Stoltenberg, disse que os ataques sobre Alepo são «moral e totalmente inaceitáveis e uma violação flagrante do direito internacional».
Na viagem de três dias que inicia na próxima sexta-feira, dia 30 de setembro, à Geórgia e Azerbaijão, o Papa Francisco incluiu um encontro com os representantes da comunidade assírio-caldeia em Tbilisi, capital da Geórgia e fará uma oração pela paz, de modo especial pela Síria e pelo Iraque.