Terça-feira, memória litúrgica de São João Bosco

Hoje é dia trinta e um de janeiro, terça-feira, memória litúrgica de São João Bosco.

São João Bosco, em pleno século XIX, 
escreveu o seguinte:
«Com os nossos filhos, afastemos toda a cólera
quando devemos censurar as suas faltas.
Nada de agitação de ânimo, nada de desprezo no olhar,
nada de injúrias nos lábios; 
mas tenhamos compaixão no presente e esperança no futuro:
então seremos verdadeiros pais».
A oração é a escola que te ensina
a viver a compaixão no presente e a esperança no futuro.
Ela pode libertar os teus gestos e palavras
de todas as formas de desprezo e agitação.

 

Escuta esta passagem do Evangelho segundo São Marcos. [Ev Mc 5, 22-25.27-29.34-42]

Um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo,
ao ver Jesus, caiu a seus pés e suplicou-Lhe com insistência:
«A minha filha está a morrer.
Vem impor-lhe as mãos, para que se salve e viva».
Jesus foi com ele, seguido por grande multidão.
Ora, certa mulher
que tinha um fluxo de sangue havia doze anos,
tendo ouvido falar de Jesus, 
veio por entre a multidão e tocou-Lhe por detrás no manto,
dizendo consigo:
«Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada».
No mesmo instante estancou o fluxo de sangue
e sentiu no seu corpo que estava curada da doença.
Jesus disse-lhe: «Minha filha, a tua fé te salvou».
Ainda Ele falava, quando vieram dizer da casa do chefe da sinagoga:
«A tua filha morreu. Porque estás ainda a importunar o Mestre?».
Mas Jesus, ouvindo estas palavras, disse ao chefe da sinagoga:
«Não temas; basta que tenhas fé».
E não deixou que ninguém O acompanhasse,
a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.
Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga,
Jesus encontrou grande alvoroço, com gente que chorava e gritava.
Ao entrar, perguntou-lhes:
«Porquê todo este alarido e tantas lamentações?
A menina não morreu; está a dormir».
Riram-se d’Ele. 
Jesus, depois de os ter mandado sair a todos,
levando consigo apenas o pai da menina e os que vinham com Ele,
entrou no local onde jazia a menina,
pegou-lhe na mão e disse: «Talitha Kum»,
que significa: «Menina, Eu te ordeno: levanta-te».
Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar,
pois já tinha doze anos.

 

Pontos de oração

Duas histórias se cruzam neste Evangelho: Jairo, cuja filha está a morrer, e a mulher doente que toca na orla do manto de Jesus. Em comum temos a fé de duas pessoas a sofrer, que colocam em Jesus toda a sua esperança. Esperar é confiar, acreditar que Deus está presente nas horas de dificuldade. 

Com a hemorragia, a mulher está a perder a vida; na morte da filha de Jairo é, mais uma vez, a vida perdida que faz sofrer. O gesto de Jesus, de curar as pessoas, manifesta Aquele que restitui a vida totalmente perdida.

O Sacramento da Reconciliação tem este poder de recriar totalmente a vida da fé. Há quanto tempo não te confessas? 

Ter fé significa construir a própria esperança em Jesus: só Ele pode curar as doenças que desumanizam, restituindo à vida o pecador arrependido. 
Ouve novamente o Evangelho e interroga-te sobre a forma como te consolidas na fé.

 

Colóquio final

A mulher arrisca atravessar a multidão para tocar em Jesus; Jairo não teme pedir a Jesus que salve a sua filha. 
Pede a Jesus a graça da perseverança na oração. 

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.