Organizações de voluntariado devem colaborar mais entre si e com os Estados

O Papa dedica a intenção de oração de dezembro às organizações de voluntariado, destacando o seu valor na sociedade e pedindo que colaborem mais entre si e com os Estados.

Na edição deste mês de O Vídeo do Papa, Francisco afirma que as organizações de voluntariado (e todas as pessoas nelas envolvidas) são atores-chave na sociedade devido ao seu empenho na promoção humana e no bem comum. Por isso, exorta-as a continuar este trabalho, atuando "não só para as pessoas, mas com as pessoas", praticando a proximidade, sendo "artesãos da misericórdia" e sabendo sempre escutar as necessidades dos outros.

Consciente da necessidade de "multiplicar a esperança" nas comunidades, o Santo Padre convida-te a rezar "para que as organizações voluntárias e de promoção humana possam encontrar pessoas dispostas a empenhar-se no bem comum e a procurar novas formas de colaboração a nível internacional".

Na sua intenção, o Papa diz que os voluntários são o rosto humano e cristão da sociedade e destaca o trabalho de milhões de organizações e associações voluntárias em todo o mundo, a maioria delas frequentemente sem visibilidade ou estatuto legal. 

Segundo o programa Voluntários das Nações Unidas (UNV), uma em cada nove pessoas no mundo faz trabalho voluntário. No total, há, nos cinco continentes, 862,4 milhões de voluntários, somando todas as horas de voluntariado resultaria em 109 milhões de empregados a tempo integral. No entanto, "a maioria do trabalho de voluntariado a nível mundial realiza-se informalmente", o que torna as estatísticas imprecisas quanto ao impacto que o voluntariado tem nas comunidades.

Muitas das organizações de voluntariado do mundo são de inspiração cristã e o seu trabalho procura dar testemunho do Evangelho nas situações mais difíceis. Do Líbano às Filipinas, do México à Ucrânia, da Venezuela ao Uganda, O Vídeo do Papa deste mês mostra os voluntários ao lado das vítimas de catástrofes naturais, dos pobres que sofrem as consequências da crise económica, de crianças subnutridas, refugiados em fuga por causa da guerra, jovens e mulheres à procura de trabalho. 

"Ser voluntário solidário é uma escolha que nos torna livres", "torna-nos abertos às necessidades dos outros, às exigências da justiça, à defesa dos pobres e ao cuidado da criação", sustenta o Papa Francisco, na sua mensagem de vídeo.

Escutar, trabalhar com os Estados e multiplicar a esperança

Para o Santo Padre, as organizações de voluntariado devem ter como bases fundamentais a proximidade para ouvir os outros e o esforço de dar o melhor de si, para multiplicar verdadeiramente a esperança nas comunidades desesperadas pela ausência de promoção humana em geral.

Além disso, um aspeto fundamental do voluntariado, segundo o Papa, é mudar o foco para trabalhar não tanto para as pessoas, mas com as pessoas, ou seja, envolver-se, como iguais, na busca de uma causa comum.

Finalmente, Francisco insiste na necessidade de uma cooperação cada vez maior nesta área, tanto entre as várias organizações de voluntários como entre as próprias organizações e os Estados.

 

O mundo precisa de voluntários 

O padre Frédéric Fornos, sj, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, reforça as palavras do Papa Francisco quanto à importância de um compromisso desinteressado ("estar aberto" aos outros) e na busca do bem comum.

De olhos postos nas sociedades em crise, o sacerdote jesuíta realça que "o mundo precisa de voluntários" e, por isso, o Papa Francisco convida-nos a rezar: "para que as organizações voluntárias e de desenvolvimento humano possam encontrar pessoas dispostas a comprometer-se com o bem comum e a procurar novas formas de colaboração a nível internacional".